segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Análise não-verbal: Glória Pires respondendo sobre sua participação como comentarista do Oscar 2016

O VÍDEO NÃO ESTÁ MAIS DISPONÍVEL

No dia 28/02/2016, a atriz Glória Pires participou, como comentarista, da premiação do Oscar 2016.
Ela recebeu várias críticas negativas sob o argumento de que não tinha capacidade para estar ali, e que não tinha visto nenhum filme.
Após sua participação, a atriz veio a público responder à essas críticas e se defender.


Nota: A escrita sobre a análise, não exclui a visualização do vídeo.
É de extrema importância assistir ao vídeo juntamente com a leitura da análise e a observância das fotos, pois através do vídeo pode-se perceber as mudanças corporais descritas na análise.

Nota 2: A análise vai se ater aos pontos principais do video


Ao longo do vídeo, irão notar que sua voz demonstra uma certa raiva e incômodo ao falar das pessoas que a criticaram. Em certos momentos, também há um tom de ironia.
Ela tentou não deixar transparecer esses elementos e manteve o profissionalismo aprendido com anos de carreira, porém é notória a presença dessa emoção de raiva e desse incômodo na voz, bem como a ironia.

Além disso, devemos considerar também a posição em que sua câmera se encontra. Ela olha para os espectadores de cima, dando um ar de superioridade e arrogância


0:15 - "Apenas queria esclarecer algumas coisas". Afirma verbalmente e não verbalmente (assente com a cabeça). Verdade seu desejo de esclarecimento

0:17 a 0:19 - "Achei os memes super interessantes". Afirma verbalmente e nega com a cabeça
Logo após há um desvio e levantamento de cabeça. Gestos ligados a perda de credibilidade e desejo de parecer superior (quer "sair por cima").
Há também um aumento significativo no numeros de suas piscadelas, demonstrando ansiedade e tensão

0:25 - "É maravilhoso....". Novamente há essa incongruência entre verbal e não verbal. Afirma verbalmente e nega com a cabeça

0:40 - Ao falar da premiação, ela fecha seus olhos, demontrando que "não quer ver" o que aconteceu, a sua participação

0:45 - "Pra mim então era apenas uma brincadeira". Sobe o ombro esquerdo. Sinal clássico de falta de comprometimento ou incerteza. Desejo de esconder algo

1:16 - Ao falar das pessoas que a criticaram, ela realiza um gesto de fechar os olhos que combinado com a tensão de raiva no lábios, demontra uma vontade de não exprimir essa raiva, de controlar suas emoções.

1:17 - O gesto de colocar a língua para fora é um gesto pacificador (gestos usados para tentar se acalmar) e tem vários significados. Nesse trecho ele vem combinado com uma pressão nos lábios
No caso, a mensagem que seu corpo deseja passar é de ansiedade e tensão e precisa se acalmar, daí realizar, inconscientemente, o gesto pacificador de passar a lingua nos lábios.
O olhar para cima afirma esse desejo de se controlar diante de uma situação de tensão

1:28 - "Sou uma pessoa muito sincera". Incongruência entre verbal e não verbal. Afirma com as palavras e nega com a cabeça.

1:32 - "É claro que eu vi a maioria dos filmes". Realiza o clássico gesto de incerteza (subida dos 2 ombros). Esse gesto passa a mensagem não verbal de "Eu não sei", "Não estou certa do que estou falando"

1:42 - "É claro que eu vi (os filmes)... a maioria". Nesse momento, ela realiza um gesto manipulador de ajeitar o cabelo. Desejo inconsciente de tirar a atenção de quem está vendo o video, bem como, de se acalmar. Nesse caso, também o usa, para desviar o olhar, pendendo assim sua credibilidade.
No final do gesto (foto ao lado) existe uma coontração nos músculos do risorius (estiramento horizontal dos lábios e no platysma (musculo do pescoço). Essas contrações são características da expressão de medo.

1:57 - Quando ela afirma que não é verdade que não viu filme algum, os sinais são sutis
Percebam que ela exibe uma microlevantada no ombro direito, que combinado com uma negativa de cabeça, denota incerteza. Ela não acredita nas palavras
Existem rugas horizontais no centro da testa, denotando nervosismo
Logo após, ela se utiliza novamente do gesto pacificador de passar a lingua nos lábios, demontrando ansiedade pelo que acabara de afirmar

2:01 - "Estou fazendo esse video, primeiro, para agradecer". Há um sorriso falso para esconder um desprezo (contração unilateral dos lábios. Nesse caso, o lado esquerdo se contrai mais que o direito). Tudo indica, que o video não foi feito para agradecer. O intuito era falar das pessoas que a criticaram.

2:16 a 2:20 - Mais uma vez realiza gesto manipulador de ajeitar o cabelo. Quer mostrar que está bem. Que não foi afetada pelas críticas

A partir de 3:08, note que sua voz muda. Deixa de ter elementos de tensão e até raiva e volta ao seu "estado normal"












Análise não-verbal: Pedro Paulo (Secretário Municipal do RJ) e sua ex-mulher. Agressão



Em outubro de 2015, foram divulgadas primeiras notícias de que o secretário municipal do Rio de Janeiro, Pedro Paulo teria agredido sua mulher, Alexandre Marcondes, durante uma briga ocorrida em 2010
Pedro Paulo foi à publico e admitiu ter agredido Alexandra. Dias depois a imprensa revelou outro episódio de agressão, ocorrido em São Paulo, em 2008.

Alexandra alterou duas vezes seu discurso, em relação ao caso.
Em 2010, sua esposa, havia feito um boletim de ocorrência relatando que foi agredida com "socos e chutes". No final do ano passado, a acusação foi retirada pela mesma.
Em outro momento, ela veio à público informar que não foi agredida e que estava apenas se defendendo. Alexandraque teria iniciado as agressões.


Nota: A escrita sobre a análise, não exclui a visualização do vídeo.

É de extrema importância assistir ao video juntamente com a leitura da análise e a observância das fotos, pois através do vídeo pode-se perceber as mudanças corporais descritas na análise.

1:19 – “Eu cometi um erro...” Apesar dele afirmar verbalmente do erro que cometeu e acenar positivamente com a cabeça (congruência entre verbal e não-verbal), ele deseja convencer que acredita que foi um erro pois o gesto de afirmação com a cabeça se dá de forma mecânica e repetitiva. Isso é comum em pessoas que querem passar a imagem de “bom moço” e que foi apenas um “deslize”. Quer ganhar a simpatia dos espectadores

1:21 - “Eu traí a minha mulher”. Diz a verdade. Congruência entre verbal e não verbal (acena sim com a cabeça e afirma com as palavras)

1:30 – Passar a língua entre os lábios. Gesto pacificador que revela uma dose de ansiedade. Passa a mensagem não-verbal de: “fiz besteira”, “fui uma pessoa má”







1:36 – Milésimos de segundos antes dele afirmar (verbalmente e não-verbalmente) que não admite ser visto como um agressor, ele afirma com a cabeça. Isso é tido como manipulação
O corpo percebe que está incongruente, e logo muda sua abordagem não-verbal

1:37 – Nega com a cabeça que tenha comportamento violento, juntamente com a fechada de olhos. Significa que ele não quer ver o que está dizendo
A pessoa quando se declara inocente, afirma com os olhos abertos para mostrar sinceridade






1:39 – “Essa não é a minha atitude”. Novamente há manipulação. A negação com a cabeça se dá de forma atrasada.

1:45 – “Eu não tenho qualquer tipo de comportamento PARECIDO com aquilo que prevê a Lei Maria da Penha”
Ato Falho. Ele querendo dizer que não tem comportamento agressivo, acaba se denunciando verbalmente.
A entonação vocal na palavra PARECIDO, mostra que ele sabe que seu comportamento é agressivo

2:25 – “Nós somos um casal como qualquer outro”. Afirma verbalmente, mas a cabeça nega. Nessa afirmação ele fecha os olhos (Não quer ver a mentira que conta)


2:28 – Nesse momento, ele demonstra uma Micro-expressão forjada. Ele quer demonstrar uma certa tristeza pelos acontecimentos, com a finalidade de criar, gerar empatia aos olhos das pessoas, mas pela tensão facial, essa expressão parte para o medo






2:30 – Inclinação de cabeça forjada.
Na Linguagem corporal, a inclinação de cabeça passa uma imagem de submissão pois deixa a mostra partes vulneráveis do pescoço.
No contexto, ele realiza esse gesto deliberadamente para conquistar a empatia, mas na verdade, indica incerteza.






2:32 a 2:40 – Expressões faciais falsas e dialogo armado (típico de político). Tem desejo de convencer os outros e criar simpatia
Ele apresenta várias contrações na testa como forma de criar empatia, mas na verdade, demonstra incerteza e atuação. Nota-se que não há espontaneidade no gesto

2:41 a 2:45 – Novamente há a contração exagerada na testa, demonstrando atuação e falta de sinceridade, a fim de criar empatia
O tom de voz fica mais suave, mais calmo, reforçando a ideia de dissimular







2:51 a 2:55 – Olha para baixo. Sinal de submissão, desconforto e vergonha. Desejo de esconder algo.
Apresenta tensão e nervosismo em todo seu corpo.






2:57 – “Ele nunca foi um cara agressivo”. Há um fechamento dos olhos demonstrando que não quer "ver" as agressões que sentiu








2:59 - "Ele não se trata de uma pessoa agressiva". Novamente, há incongruências na testa demonstrando incerteza. Tal incerteza é comprovada pela sobrancelha direita (ela sobe mais que a outra).
Há micro expressão de surpresa com tensão de medo





3:04 – Tensão ao longo de sua face. Incongruente quando se fala de uma pessoa que é inocente


3:42 a 3:43 – “Eu bati no Pedro Paulo?? É obvio que eu bati”
Nesse trecho há pistas que denunciam uma mentira: usar uma pergunta para justificar e logo após responder com as mesmas palavras da pergunta
Quando ela fala “é obvio que eu bati” ela contrai um ombro, nega com a cabeça e sobe a sobrancelha direita. Incerteza completa. Ela não agrediu o ex-marido.



Além destas pistas corporais, o fato dela ter mudado seu discurso em relação ao caso denota um indício fortíssimo de mentira.